segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Quando eu crescer...

Lembro que minha irmã e eu, quando pequenas, sempre éramos questionadas sobre o que seríamos quando crescêssemos. Eu não me lembro das minhas respostas, talvez meus pais se lembrem, talvez não. Talvez eu tenha dito que seria jogadora de futebol (eu adorava jogar bola). O fato mesmo é que eu me lembro o que a Camila queria ser: "máquina de escrever" - dizia ela. Curioso, pois esta frase arrancou muitas gargalhadas em todos e ela ficou com uma carinha de quem não estava entendendo os adultos. Eu ria porque imitava os grandões, mas também não sabia diferenciar aspectos positivos/negativos daquela escolha da minha irmã.
Lembro que na época uma de nossas tias era secretária e usava uma máquina de escrever elétrica, última moda. Acho que Camila se identificou com aquele equipamento moderno, sofisticado, caro, bonito e útil para que dependia dele. Os primeiro computadores ainda estavam chegando no Brasil e poucas pessoas tinham acesso a eles.
Alguns anos já passados e eu entendo que a escolha da profissão passa diretamente pela pergunta: o que você quer ser quando crescer? Quando um jovem se depara com essa questão, automaticamente surge um problema: a ocupação profissional pressupõe um Futuro e este passa por 3 esferas diferentes: a família, a educação e o papel profissional em si.
Fazer escolhas não é algo muito fácil, ainda mais no período de desenvolvimento especial que é a adolescência. Escolher uma identidade profissional, passa pela escolha da identidade indiviual. O que eu quero fazer, está relacionado com que eu quero SER. Assim, não basta auxiliar o jovem na escolha pelo quê fazer, é preciso caminhar com ele pelo árduo caminho do o que SER. A pergunta ideal seria: Quem eu quero ser quando eu crescer?
Então emerge uma nova questão: com quem nós nos identificamos para fazermos a nossa escolha profissional? Tem as identificações do EGO, que são aquelas relações gratificantes ou não que fazemos com adultos que desempenham determinado pepel profissional. A identificação com a família (filho de médico, médico será - será?). E as Identifações sexuais (aquelas que a sociedade julga ser "feminina" ou "masculina". Em todos os casos, cuidado! Não podemos realizar os desejos dos nossos pais, tios, amigos e sociedade. Escolha sua profissão de forma autônoma e não se sentirá frustrado por isso.
Voltando ao exemplo do médico, muitas pessoas formam uma visão geral, porém superficial do papel do médico. Só percebem o que há de externo a esta profissão, mas se você pretende ser um futuro médico, precisa ir um pouco mais fundo e observar todos os fatores que envolvem esta ou qualquer outra profissão.
Acho que ser "máquina de escrever" não parece tão ruim agora, pois são as características, ou seja, as qualidades deste objeto que nos interessam. O que de fato parecia importar para aquela criança era ser alguém importante para outro alguém. Está aí uma profissão que só nós podemos criar, seja em qual ramo prático for.
Acho que por fim, quando eu crescer só quero ser eu mesma, assim tenho a certeza de que seja lá o que eu fizer, estarei feliz e em paz comigo mesma!

Um comentário:

  1. É isso aí amiga.
    Ser você mesma é o caminho.
    Mas temos que admitir que no mundo que vivemos com tanta influência, as vezes perdemos a noção de quem somos na verdade. E a busca por esta resposta se torna o caminho.
    Bjusss saudosos, Paty Pina

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