segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Quando eu crescer...

Lembro que minha irmã e eu, quando pequenas, sempre éramos questionadas sobre o que seríamos quando crescêssemos. Eu não me lembro das minhas respostas, talvez meus pais se lembrem, talvez não. Talvez eu tenha dito que seria jogadora de futebol (eu adorava jogar bola). O fato mesmo é que eu me lembro o que a Camila queria ser: "máquina de escrever" - dizia ela. Curioso, pois esta frase arrancou muitas gargalhadas em todos e ela ficou com uma carinha de quem não estava entendendo os adultos. Eu ria porque imitava os grandões, mas também não sabia diferenciar aspectos positivos/negativos daquela escolha da minha irmã.
Lembro que na época uma de nossas tias era secretária e usava uma máquina de escrever elétrica, última moda. Acho que Camila se identificou com aquele equipamento moderno, sofisticado, caro, bonito e útil para que dependia dele. Os primeiro computadores ainda estavam chegando no Brasil e poucas pessoas tinham acesso a eles.
Alguns anos já passados e eu entendo que a escolha da profissão passa diretamente pela pergunta: o que você quer ser quando crescer? Quando um jovem se depara com essa questão, automaticamente surge um problema: a ocupação profissional pressupõe um Futuro e este passa por 3 esferas diferentes: a família, a educação e o papel profissional em si.
Fazer escolhas não é algo muito fácil, ainda mais no período de desenvolvimento especial que é a adolescência. Escolher uma identidade profissional, passa pela escolha da identidade indiviual. O que eu quero fazer, está relacionado com que eu quero SER. Assim, não basta auxiliar o jovem na escolha pelo quê fazer, é preciso caminhar com ele pelo árduo caminho do o que SER. A pergunta ideal seria: Quem eu quero ser quando eu crescer?
Então emerge uma nova questão: com quem nós nos identificamos para fazermos a nossa escolha profissional? Tem as identificações do EGO, que são aquelas relações gratificantes ou não que fazemos com adultos que desempenham determinado pepel profissional. A identificação com a família (filho de médico, médico será - será?). E as Identifações sexuais (aquelas que a sociedade julga ser "feminina" ou "masculina". Em todos os casos, cuidado! Não podemos realizar os desejos dos nossos pais, tios, amigos e sociedade. Escolha sua profissão de forma autônoma e não se sentirá frustrado por isso.
Voltando ao exemplo do médico, muitas pessoas formam uma visão geral, porém superficial do papel do médico. Só percebem o que há de externo a esta profissão, mas se você pretende ser um futuro médico, precisa ir um pouco mais fundo e observar todos os fatores que envolvem esta ou qualquer outra profissão.
Acho que ser "máquina de escrever" não parece tão ruim agora, pois são as características, ou seja, as qualidades deste objeto que nos interessam. O que de fato parecia importar para aquela criança era ser alguém importante para outro alguém. Está aí uma profissão que só nós podemos criar, seja em qual ramo prático for.
Acho que por fim, quando eu crescer só quero ser eu mesma, assim tenho a certeza de que seja lá o que eu fizer, estarei feliz e em paz comigo mesma!

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Canetinhas coloridas

Tem momentos que, mesmo sem saber o porquê, a gente fica tão pequeninho, tão encolhidinho. Fechamos os olhos e percebemos que eles estão marejados, turvos. Tememos abri-los. Mas, ao mesmo tempo, pensamos que só estamos no meio de um sonho ruim, que se abrirmos os olhos vamos acordar e tudo estará bem de novo. Nem sempre é um sonho. Geralmente são as circunstâncias da vida. Justamente aquelas que nunca poderíamos imaginar que seriam parte das nossas vidas.
Então sentimos aquela dor forte que não sabemos de onde vem, nem para onde vai. Choramos. Trancamos as nossas janelas para o mundo. Calamos. Prendemos a respiração. E soluçamos em busca de novos ares.
Esses dias cinzas... Quando os pássaros cantam e não ouvimos. Quando as ondas batem nas rochas e não sentimos os respingos da água. Quando as flores desabrocham, mas não atraem nossos olhos, nem o nosso toque. Não temos homenagens a fazer. A figura é o sofrimento e o fundo é a dor. Eles se revezam na nossa frente.
Aí tem dias que a dor não é nossa, mas é de quem a gente ama. Então também é a nossa. Nossa! Como falar em "recomeçar", "prosseguir" e "levantar"? Como não ser engolido, literalmente devorado pela desesperança? Onde encontrar aquela canetinha colorida que tínhamos na infância? Sabe aquela que pinta tudo de laranja, rosa e azul celeste? Colorir para nos levantar, para recomeçar e para sonhar. Por que tem dias em que o cinza é tão penetrante, que esquecemos que a caixinha vem com 12 cores diferentes de canetinhas, no mínimo? E as possibilidades, quantas são? A probabilidade de preencher a vida de cor é maior do que mantê-la anônima, acorrentada ao cinza e ao preto.
Arriscamos um pedido mais ousado: "Ei, Papai do Céu, sei que você está me ouvindo, me dá um jogo de canetinhas com 36 cores diferentes? Se eu preciso de tudo isso? Preciso! Tenho muitas possibilidades para explorar e eu quero muito arriscar e me permitir tentar.
Até que chega o momento em que somos surpreendidos por um sorriso, o nosso sorriso! O primeiro de muitos depois de tanto tempo. Esse já é o primeiro quadro pintado por nós mesmos: artistas da arte do Viver!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O segredo é um prato grande e pouca comida

Ah, semana de prova! Indicador perfeito de erupções de todos os tipos de ansiedade. Insônia, "branco", dor de barriga, estomatites, impaciência...
Eu acho isso muito engraçado, porque a minha relação com o "aprendizado intelectual" nem sempre foi da maneira como é hoje. Lembro-me claramente da 6ª série, quando eu tinha sérios problemas em entender a matemática. Pra mim, estudar aquilo não fazia a menor diferença. Aí, como sempre tive essa cara-de-pau, perguntei para a professora, Magna, até lembro o nome da cidadã: - "Eu preciso mesmo fazer essas funções? Porque eu não vejo onde isso pode me levar, não faz sentido algum pra minha vida." Ela era boa professora, preocupava-se com os alunos, explicava bem, mas não havia nada que ela fizesse que fosse capaz de me convencer a amar a sua disciplina. Outras professoras vieram depois dela e também não despertaram em mim empatia pelos números.
Durante muitos anos culpei a exatidão da matemática ou os professores. Mas nunca havia pensado que a responsável pelo fracasso pudesse ser EU. Por que eu insistia em me privar desse conhecimento? Comecei a me perguntar. Aí pensei em todas as outras coisas, imcompreensíveis pra mim. Até que ponto eu também não estava sendo resistente à elas?
Pior coisa é a gente ter uma cabeça dura, quase engessada. Não havia nada que as queridas professoras fizessem que me tornasse uma apaixonada pelo conhecimento que elas vendiam, porque eu não o queria comprar. Preferia ficar com a minha teimosia, de que eu poderia viver sem esse conhecimento, afinal quem precisava daquilo? E mais, pra quê me esforçar, se eu não seria capaz de entender mesmo!
Ê lugarzinho medíocre que eu me enfiva, viu?
E aí fiquei pensando mais uma vez: conhecimento é como comida, a gente não deve tentar empurrar garganta à baixo. Quando uma criança não quer comer a gente coloca pouca comida em um prato grande, assim ela sentirá fome e pedirá mais por conta própria. Se a mãe empurra a comida à força, o que acontece é que a criança vai tomar raiva e não vai comer mais. Com o aprendizado não é diferente. Temos que sentir fome pelo conhecimento. Ele deve nos cativar. Quando somos cativados por alguma coisa fica difícil abandoná-la. E estudar é assim, ou pelo menos deveria ser: um misto de liberdade e prazer, que nos leva ao ápice de nós mesmos.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O menino, a ponte e o pote de ouro.

Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais, porque delas é o reino dos Céus. Lucas 18:16

Eu ainda estou na dúvida se é algo consciente, incosciente ou uma ação sobrenatural. E isto que me deixa na dúvida ainda faz meus olhos lacrimejarem só de lembrar. Isso me faz querer escrever pra aliviar um pouco o desconforto diante da insensibilidade, cegueira, surdez e burrice humana.
Nunca fui muito boa em matemática, física e química, além disso precisei de ajuda para conseguir ser aprovada no 2º e 3ºano, porque se não fosse o Ricardo, sua paciência para ensinar e sua inteligência numérica eu ainda estaria no ensino médio. Acho que por isso dediquei minhas energias em desenvolver habilidades menos concretas, porém estruturantes do mesmo modo.
Eu não preciso explicar que todo trabalho de edificações passa por longos anos de estudos matemáticos (Cálculo 1 ao infinito, Resistência dos materiais, Dinâmica, Estática...) essa coisa toda até que seja possível construir algo. E como é trabalhosa e difícil essa empreitada, visto que não basta saber calcular é preciso ter VISÃO.
Mesmo assim, a inteligência de um adulto não supera a sensibilidade de uma criança. Não é por acaso que o paraíso pertença a elas, pois sagazes como são, fazem de tudo para ensinar aos adultos que se não forem simples como elas são, nunca entenderão o verdadeiro valor das coisas.
Essa semana aprendi com um bebê de apenas um ano e meio como se constrói pontes. Ele tem linguagem, tem pensamento, porém ainda não se expressa como nós, por isso preferiu usar a língua de anjos, que é a música.
Ao ouvir pela milésima vez o mesmo cd e buscando nos dizer uma mensagem, esse minúsculo ser escolheu, entre tantas músicas, uma que diz assim: “Sei que ainda sou criança tenho muito que aprender, mas quero ser criança quando eu crescer”. A cada trechinho da música ele sorria para todos que estavam presente, além de dançar livremente, demonstrando seu contentamento. “Vamos construir uma ponte em nós. Vamos construir, pra ligar seu coração ao meu com o amor que existe em nós!” E parecia que ele estava só brincando, quando na verdade, sempre que chegava no refrão ele aumentava o volume do som ao máximo.
Alguém pode dizer que isso é só uma coincidência, talvez seja para você que sabe construir pontes que ligam cidades e até países, mas é incapaz de construir uma ponte que ligue dois corações.
Além de um desejo e um pedido, acredito que esse bebê estava nos contando como se sente e quem ele era. Quem sabe assim ele fosse capaz de ligar tantos corações separados em volta dele. Quem sabe assim ele conseguisse expressar “Que amar é importante pro meu mundo e para o seu, mas eu tenho a esperança de você ser meu amigo”.
Crianças são inteligentes, não estão aqui para aceitar migalhas, porque elas se dão por inteiro e não se vendem por dinheiro ou por apenas 5 minutos do seu dia.
Dizem que no final de um arco-íris sempre tem um pote de ouro, mas o problema é que nunca conseguimos ver o final dele e então sempre ficamos com a sensação de que não temos tesouro algum. O verdadeiro pote de ouro está no final de uma ponte, onde o único tesouro descoberto é o amor.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Brilha, brilha estrelinha!

Em geral, meus textos são destinados a alguém muito especial para mim, ou são apenas reflexões que faço sobre a vida, sobre minha vida. Hoje, cumprindo uma palavra a alguém muito querido vou falar sobre vagalumes quebrados.
No último feriado, enquanto fazia um divã virtual com uma amiga, ouvi a seguinte frase: "me sinto como um vagalume quebrado". Aquilo me deixou meio confusa e perplexa por alguns segundos, mas em seguida vieram as ideias pipocando na minha cabeça (1 milhão delas). Falei pra ela que escreveria um texto sobre nossa conversa e ela autorizou.
Frequentemente, as pessoas não gostam de insetos, excetuando as borboletas e os vagalumes. Esses bichinhos que têm uma capacidade singular de emitirem um pontinho de luz pelo seu esqueleto, fenômeno denominado de "Bioluminescência". Dizem que há dois motivos para eles fazerem isso: para sua defesa e para atrair outro vagalume, em geral para a reprodução.
Pensando nisso fiquei com uma dúvida do tamanho do Maracanã: por que essa pessoa do meu divã virtual se vê como um vagalume quebrado? Você já se viu como um vagalume quebrado? Como é que eu me vejo, hoje? Lembrei de um livro de Arteterapia que li há 15 dias e imaginei essa amiga pintando alguma coisa que não esteja sendo capaz de brilhar mais.
Minha amiga me disse que ela até se esforça, mas que em algum momento ela sente que parou de brilhar, que não consegue chamar a atenção pra ela, mesmo sabendo que em alguns momentos ela precisa dessa atenção. Isso não é uma apologia a “gente aparecida”, e sim uma demonstração de como nós, humanos, podemos nos sentir incapazes de marcar a vida de alguém e a nós mesmos.
Comparando-a ao vagalume, relacionando à todas as coisas que ela me disse, percebo que minha amiga tem no mínimo dois problemas ao se sentir assim: ela se encontra desprotegida contra possíveis ataques que venham sobre ela. Talvez esteja mesmo no escuro, tateando as coisas sem de fato conseguir ver o que está vindo na sua direção, podendo até ser coisa danosa a ela. O outro é que ao se sentir sem essa luz própria todas as suas relações ficam comprometidas. São os familiares, os amigos, os amores, o trabalho – todos eles talvez não consigam captar a verdadeira pessoa que está meio cinzenta, ultimamente.
Então, ela me perguntou: “o que eu preciso fazer, Maya???” Calma, eu não quebrei o código de ética do divã virtual! Fiz um encaminhamento a alguém que possa acolhê-la no mundo real e aí sim ajudá-la a sacudir um pouco esse corpo, porque foi o que eu disse a ela: talvez não esteja quebrado, só precisa sacudir um pouco pra luz voltar a brilhar.
Depois de toda essa conversa fiquei pensando em quantas pessoas, ou quantas vezes eu me boicotei por achar que minha luz havia se apagado. Algumas vezes, até poderia ter me sentido meio quebrada, faltando alguma parte. Mas tudo sempre esteve aqui mesmo, só que escondido naquela última gaveta, onde a gente só guarda coisa que pensa ser inútil. Até o dia em que sacudi tudo e o que estava escondido veio para primeiro plano. Foi aí que comecei a brilhar.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O psiquiatra e o carro velho...

Outro dia, um psiquiatra foi dar uma aula para o meu grupo no curso de extensão. Além de médico, ele também ocupa cargos políticos estratégicos na cidade do Rio de Janeiro, dedicando-se à questão da infância nas ruas, das pessoas com necessidades especiais, ou seja, ele tem um olhar muito voltado para a medicina mais social e humanizada.


Ele nos contou várias experiências pessoais durante a aula. Uma delas é simplesmente incrível. O médico relatou que durante um evento relacionado aos direitos dos deficientes físicos, em um bairro da Zona Norte do Rio, uma senhora o abordou e falou: "Doutor, será que o senhor poderia ir até a minha casa, gostaria que o senhor olhasse meu filho." Ao chegar até aquela humilde casa, nas palavras dele, sem muito recursos, porém digna, ele se deparou com um jovem de aproximadamente 20 anos, imóvel numa cama - sem falar, sem poder se mexer, sem abrir os olhos. Ele havia sofrido um acidente e ficara oito meses em coma no hospital, e estava dado como morto. O médico do hospital disse para a mãe: "Senhora, leve seu filho para casa, mas não tenha grandes esperanças sobre ele. Olhe para ele como quem olha para um carro velho, enferrujado - ele está lá, mas não serve para nada". A mãe, seguiu as instruções do médico, mesmo inconformada e contou essa história para o nosso psiquiatra. Ele fala que ele não se importa com "essa tal ética médica, dane-se, pois a ética dele é com o sujeito enfermo". Ele disse para a mãe do rapaz que deconsiderasse a palavra do primeiro médico, pois ele havia dito uma grande bobagem e que a partir daquele dia mudasse a sua atitude para com o filho.


O nosso médico deu as seguintes instruções para aquela senhora: 1º) Não veja o seu filho como uma carro velho; 2º) Ligue a Tv ou o rádio para ele todos os dias; 3º) Sempre que puder venha até ele e faça uma carinho no seu rosto, passe um creme na sua pele, converse com ele.; 4º) Assim que ele fizer qualquer movimento, que seja mover 1 dedo da mão, faça um bolo de fubá e cante parabéns para ele e completou: "Tenho certeza que ele vai se levantar dessa cama". Ele saiu da casa se achando um maluco, pois como ele poderia ter falado aquelas coisas, e se nada daquilo ocorresse??? Eram muitas perguntas, porém ele já havia dito, agora era tarde.


Passados 1 ano e 3 meses, mais ou menos, ele volta àquela comunidade para outro evento, e enquanto ele assistia a uma apresentação cultural na praça algo aconteceu. Alguém tocou nas suas costas e disse: "Doutor, doutor, o senhor lembra de mim?" ele se esforçou, mas realmente não se lembrava, então sem demorar muito a pessoa disse para ele: "EU SOU AQUELE CARRO VELHO". O médico conta que não podia conter as lágrimas e o que pareceu loucura tornou-se uma possibilidade de vida, ou melhor a única possibilidade daquele jovem.


O que será que curou aquele rapaz? Ele ficou pensando, pensando e ainda nos levou a várias reflexões... Para mim que escrevo esse texto hoje, foi um milagre de Deus! Aquele rapaz estava morto e reviveu, só porque alguém viu na impossibilidade uma grande oportunidade.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A estrada é longa, mas andarei mais uma milha!

Andando, estudando, observando e principalmente ouvindo por aí, tenho a chance de perceber tantas coisas sobre a palavra humano. Contudo, nada me faz entender mais um humano do que meu reflexo no espelho. Já vi de tudo através dessa imagem – coragem, medo, superação, amor, amizade, confiança, descrença, dor, alegria, paciência, impaciência, fé, esperança, e ainda me surpreendo porque tem dia que percebo coisas novas. E penso: “mas será possível que essa sou eu?”, “não acredito”. E é não acreditando que me permito ficar batendo cabeça uma, duas, três vezes...
Se essa é a vida, então de novo ela! Será que eu e você seremos capazes de declarar essa frase no final da nossa jornada? Não é pelo número de conquistas que medimos a nossa qualidade individual, mas pelas vezes em que fomos capazes de transformar o impossível, o difícil, o inacreditável, EM POSSÍVEL!
Você pode me dizer que eu só falo assim porque não é comigo. Que escrevendo num blog é fácil porque ninguém sabe como é a minha vida... e mais, no mundo digital é tudo muito líquido, muito rápido e não é assim na vida real. Mas o que eu falo para você, falo para mim também.
Sempre me ocorreu que fugir ou desistir era mais fácil do que enfrentar. E então conheci um grande profeta chamado Daniel, ele sim deveria ter saído correndo... Imagine-se dentro de uma cova cheia de leões ferozes e famintos. A reação natural de qualquer um seria fugir para bem longe, depois subir em algo bem alto para não ser devorado... isso é o óbvio porque queremos proteger a nossa preciosa vida. Daniel, porém, fala àquele que o havia lançado na cova: “o anjo fechou a boca dos leões para que não me fizessem dano”, e ele passou a noite toda trancado naquela cova, sem que nada o ferisse.
Não estou vendo nenhum leão aqui do meu lado, mas sei que eles existem. E estão tentando devorar meus sonhos, meus projetos, a minha família, a minha alegria e a minha fé.
O dito popular fala que todos os dias temos que matar um leão e eu te digo que você precisa matar dois e até três. Existe um, o qual é o mais difícil de se fechar a boca - seu nome é NÃO TEM MAIS JEITO. Esse devorador de vidas está rondando, pronto para te pegar despreparado, com a guarda baixa e te colocar o sentimento de que não há mais solução para o seu problema. E se você é daqueles que não acredita em milagres, então certamente vai entregar os pontos e no final da sua vida carregará a insígnia: Jaz aqui um covarde!
Novamente você pode querer me dizer que eu não sei bem como é, que não é tão simples assim... e eu te pergunto: o que é mais difícil, enfrentar ou se acovardar?
Para mim já foi mais difícil enfrentar, pois renunciei não só uma coisa na vida por medo. Já deixei que me convencessem que eu não seria capaz, que eu era burra, incompetente, doente, feia, gorda ou magra. Já tentaram me pintar de tantas formas, só que a dona da canetinha sou eu! Agora quem pinta, o que eu quero, com as cores que eu quero não são todas as outras pessoas.
Hoje, e espero que não só hoje eu tenha medo de ser covarde. Porque não é vergonha insistir... enquanto eu viver farei de tudo para persistir!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Desatando nós

Eu e os meus sonhos... É fato que eu tenho muito material onírico para análise, além disso eles são ótimas fontes para escrever no blog. Sonhar é uma das coisas que mais gosto de fazer. O sonho mantém meu sono seguro, e é como se houvesse certo entretenimento para que eu possa dormir bem. Exceto nos sonhos traumáticos, porque estes tem a função de perturbar o equilíbrio do meu organismo - sempre que acordamos no meio de um sonho, quer dizer que algo desagradável atingiu a consciência.
Tenho sonhos que funcionam como "cola de prova", e com eles aprendo coisas que nem poderia imaginar que seriam reveladas enquanto eu estivesse descansando.
Um exemplo desses foi um sonho que eu falava para alguém, falava não, berrava, que o câncer é a doença do desgosto - repetia isso várias vezes. É claro que isso não vem do nada, pois há alguns dias já vinha conversando com algumas pessoas sobre essa doença, contudo ainda não tinha "descoberto" uma origem para a mesma.
Como a fonte era meio duvidosa, resolvi buscar no bom Google se havia uma relação entre o câncer e o desgosto. Até pouco tempo, ouvia-se que o infarto estava no topo do ranking quando o assunto era estresse e um forte desencanto pela vida. Contudo, ele está sendo alcançado pelo outro vilão, que a maioria das pessoas nem gosta de dizer o nome.
Esse estilo de vida que a gente resolveu levar é uma bomba relógio. Um site de terapia hipnótica diz o seguinte: "Pacientes cancerígenos normalmente vem com um histórico de depressão, de uma baixa qualidade de vida, alimentação não saudável, estresse, vivências de raiva, ressentimentos, mágoa, tristezas constantes, relacionamentos conturbados ou repressão, sentimentos e atitudes que levam a um enfraquecimento do sistema imunológico e um desgosto pela vida." http://www.portaldelphos.com.br/DocHipnose/hipnosecancer.htm
Isso quer dizer, leitor, que o nosso organismo cria nós, que são a imagem da nossa vivência psicossocial.
Outro dia reclamaram porque eu não coloquei um "tratamento" em um dos textos, no entanto, hoje, faço a seguinte consideração: levando em conta que o desgosto pela vida é um dos fatores de adoecimento do nosso organismo, a profilaxia só pode ser o famoso AME A SI MESMO!

Adote um novo modo de viver. Busque fazer aquilo que lhe dá prazer. Lembre-se que se divertir não é um luxo, e sim uma prova de amor pela vida. E se lhe falta tempo para tudo isso, realmente o tempo pode estar se esgotando.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Hoje

Hoje não está dando para aguentar. Não sei se foi um tal “teste das cores” que eu fiz assim que acordei, ou se simplesmente levantei com o pé esquerdo. Apesar que do ponto de vista que estou pensando, foi u m benefício tanto um, quanto o outro.
É complicado assumir quando se está negando, há muito tempo. Também é difícil falar sobre, quando elaboramos as justificativas mais estapafúrdias para o nosso jeito de ESTAR quem somos.
Sinceramente? Não estou com vontade de ir à aula, ainda mais porque tenho a suspeita de que não haverá aula. Estou com sono, desanimada e agora percebi que até com uma tendência ao isolamento. É péssimo ver claramente o modo como venho e sentindo ultimamente.
O excesso de atribuições é um bom companheiro, quando não se quer compania. Mas eu detesto não ter compania, por que, então, estou a evitá-las? A resposta é tão transparente que chega a perturbar. A presença do outro me individualiza, no sentido em que me torna um indivíduo, ou seja, é quando eu me percebo. Na ausência dos meus outros eu posso cometer meus erros, arrogâncias e devaneios, sem que isso seja um incômodo para mim.
Eu que sou sempre reflexiva sobre tudo, tenho minhas reservas e críticas sobre o meu próprio reflexo. Essa imago às vezes do bem, às vezes do mal.... ora amiga, ora bruxa... Enfim, é melhor viver sempre acreditando que somos apenas o lado do bem e da amiga, porém o lado bruxa sempre nos persegue – ele está aí.
E eu dormi como fada e acordei como bruxa. Que bom! Porque deitei na ignorância e despertei para o auto-conhecimento. Agora estou sofrendo as consequências dessa cega inimiga, que me engana com um eu ideal e me impede de criar meu ideal de eu.
Ser autêntica consiste, entre outras coisas, na responsabilidade de assumir as suas escolhas, e por isso, as suas consequências. Mas enquanto vivo e escolho, vou deixando buracos na minha existência, que são as coisas sobre mim que não sou capaz de ver. Vai pensar que algumas vezes até escolho mal.
O pior não é isso. É muito triste o desconhecimento da falha interna do ser, isso sim é deprimente. Quando nosso achismo sobre quem somos nos torna perfeitos. Quando acreditamos que não temos essa falha interna. Somos loucos!
Pode ser que tudo isso seja um pouco deprê, crise de alguma idade ou papo furado. Mas é melhor ser um desses três do que não ser nada, tal que não tenha nenhuma representação no nosso imaginário.
A saída é simples, porém não muito fácil porque implica em uma atitude interna, que por sua vez implica em uma mobilização de afetos, desafetos e, principalmente, medos.
Resolvi. Vou para aula!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A Bailarina


Esta menina, tão pequenina, quer ser bailarina, mas também quer construir ponte. Espera aí! Bailarina não faz ponte. Ela faz é pliê. E na escola de ballet não ensinam a resistência dos materiais, nem se aprende a função prumo. Ou se aprende?
Bailarinas têm asas, que as fazem voar como pássaros. São anjos, semideusas. Belas meninas escondidas em seus “tutus”. Sustentadas por suas sapatilhas, que ora machucam, ora dão o equilíbrio para o seu salto. E o que faz uma bailarina deixar o seu coque e colocar um capacete branco? Para onde vai toda a leveza da sua dança-arte?
A beleza e a leveza não estão naquilo que vemos, mas naquilo que sentimos. Um sonho se constrói tijolo a tijolo, ensaio a ensaio, e às vezes nos cansamos ao longo do caminho. O alongamento é exaustivo e a jornada de 5 anos de estudos também tem seus desafios. Uma prova de cálculo numérico, os diversos nomes de cimento que se precisa decorar e todo o arsenal de réguas, compassos e esquadros.
Não importa se você voa num estúdio de ballet ou se constrói abrigos para humanos. Nos dois momentos o que existe é a continuidade de sonhos. Um de não perder a liberdade nos seus voos e encantos, enquanto o outro é de ver famílias inteiras construindo o que chamam de LAR.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Não TOC, posso me ESTRESSAR!

Saúde à todos.


Pensei em escrever um artigo informativo, mas que não fosse tão cansativo, como esses tratados psicológicos, mas pouco claros, com os quais nos deparamos em situações do dia-a-dia.


Quero falar de duas síndromes, ou como devem ser nomeadas atualmente – Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Transtorno do Estresse pós-traumático.


Antes de abordar os dois temas, vejo que é importante retomar que “aquilo que não conhecemos, não nos pertence.” (Goethe). E é nesse não pertencimento que enquadramos a maioria das doenças “esquisitas” do psiquismo humano. Essa separação entre ser normal e ser anormal é a briga milenar entre filósofos, médicos, psicólogos, religiosos e a humanidade. Contudo, o que mais atemoriza todas as pessoas é o desconhecimento dos processos de uma mente em intenso sofrimento psicológico. É justamente o medo daquilo que não somos capazes de conhecer, ou compreender que nos afasta de ser um AJUDA-DOR.


O Transtorno Obsessivo-Compulsivo ou TOC, caracteriza-se por obsessões ou compulsões recorrentes, suficientemente graves para consumirem tempo, ou causarem sofrimento acentuado ou prejuízo significativo.


Mas o que seriam as obsessões? São ideias, pensamentos, impulsos ou imagens persistentes, que são vivenciados como intrusivos e inadequados e causam acentuada ansiedade ou sofrimento.


É comum que as obsessões sejam com pensamentos repetidos sobre contaminação, dúvidas repetidas, necessidade de organizar as coisas em determinada ordem, impulsos agressivos ou horrorizantes e imagens sexuais. É importante lembrar que não são meras preocupações cotidianas.


As compulsões são comportamentos repetitivos (lavar as mãos, verificar, ordenar) ou atos mentais (orar, contar, repetir palavras em silêncio) cujo objetivo é prevenir ou reduzir a ansiedade ou sofrimento, em vez de oferecer prazer e gratificação.


Transições vitais e o luto são fatores importantes que devem ser levados em consideração, pois podem intensificar um comportamento ritualístico.


Existem vários filmes que retratam este tema, porém recentemente assisti a um e recomendo. “A menina no país das maravilhas” conta a história de uma garota com TOC, a negação da doença por parte da família, o sofrimento da criança e seus rituais. É uma boa opção para conhecer um pouco mais o assunto.


O segundo tópico que quero levantar para o nosso conhecimento é o Transtorno do Estresse Pós-traumático. Delimitado pelo aparecimento de sintomas característicos após exposição a um evento estressor traumático extremo, em que a pessoa foi envolvida diretamente, vivenciando a experiência real ou ameaçadora de morte, ferimento contra a própria vida, testemunhado uma morte ou sofrimento de outra pessoa próxima ou da família.


A resposta a isso é intenso medo, impotência ou horror. As pessoas podem reviver a experiência traumática várias vezes durante o dia. São recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas. Sonhos aflitivos e agir ou sentir que a qualquer momento o estressor traumático pode ocorrer de novo.


De fato há um sofrimento psíquico intenso quando próximo a objetos, ou lugares que lembre um aspecto da experiência do trauma. E o corpo passa a reagir fisiologicamente a isso, com dificuldade de ter e manter o sono, irritabilidade ou surtos de raiva, dificuldade em concentrar-se, hipervigilância (atenção acentuada em todas as direções), resposta sobressaltada e exagerada. O sofrimento abala o funcionamento social ou ocupacional do indivíduo.


O TEPT apresenta algumas característica mais comuns, como: esforço par evitar pensamentos ou conversas sobre o trauma; evitar os locais, pessoas que revivam o trauma; esquecimento de alguma parte do evento; perda de interesse em atividade significativas da vida; sensação de distanciamento das pessoas; incapacidade de ter sentimentos de carinho pelas pessoas e o sentimento de futuro abreviado. Para essas pessoas pode só existir o agora, o futuro não acontecerá.


Busquei ser obejtiva e clara, porém os temas são demais complexos e pasmem, acomentem muitas pessoas nos dias atuais.


E talvez você seja da categoria dos mais céticos e me pergunte porque ler um texto sobre isso? A resposta é mais simples. Não sejamos ignorantes sobre qualquer assunto que seja. O conhecimento não nos deixa perecer. Retenha apenas o que for bom.

Sentir pena é a melhor coisa que você pode fazer?

Ontem fiz uma coisa que, definitivamente não combina comigo. Saí com um casal de amigos e decidimos comer um BigMac, no Mcdonnald’s. Quem me conhece sabe que não sou fã do lanche, prefiro sempre pizzas, ou sanduíches genéricos. Mas mesmo assim comi meus “dois hamburgueres, alface, queijo e molho especial”, meio duvidosa se aquilo seria bom mesmo, afinal só desfrutei de um “Mac” duas vezes na vida. Na verdade, comer ou não comer não é importante agora. Porém, enquanto esperávamos o lanche eu pensei em um tema, que certamente entraria nesta coluna, só não sabia como. E este é o assunto que trataremos hoje: o sentimento de pena que temos por outras pessoas.



Quando você leu “sentir pena” pode ter lembrado de velinhos no asilo, mendigos, pessoas em camas de hospital, adolescentes grávidas, presidiários e tantas outras “categorias” de pessoas, que julgamos serem dignos da nossa pena. Eu lembrei de todos estes, talvez você imagine outros. Há também aqueles que sempre tem uma desgraça para nos contar, que suas histórias de vida são sempre tristes, sem nunca terem um momento feliz. Existem os que choram copiosamente seja por qualquer infortúnio da vida.



Somos naturalmente impelidos a sentir pena de pessoas em situações como estas e eu quero te dizer que isso não é o melhor que você pode fazer.



Em primeiro lugar o sentimento de pena te coloca numa condição superior daquele que sofre. Quando você olha e diz: “coitadinho”, quem te disse que ele é coitadinho? Talvez esse sentimento seja uma forma de projetarmos a pena que sentimos de nós mesmos, ou a culpa que carregamos por estarmos bem enquanto outros estão vivendo situações de desgraça.



Um dia todos seremos velhos, certamente teremos alguma doença, pois é o ciclo natural da vida, teremos perdas e sofreremos.



O segundo ponto é que julgamos o “sofrimento” dos outros baseados em nossos pontos de vista, ou seja, a nossa cultura, religião, moral diz que isso é sofrimento e ruim, logo sinto pena de quem passa por desventuras.



É um risco determinar que alguém é vítima, pois toda vítima paga um preço por o ser e também desfruta de algum benefício secundário. Talvez seja beneficiado de não precisar enfrentar a vida e os problemas de frente, pois enquanto eu sou o “coitado” todos me compreenderão e eu posso ficar nesta zona de conforto, na qual eu não preciso lutar. Enquanto vítima todos tem o direito de ficar na inércia, de não carregar o seu leito e se levantar. Enquanto você sente pena, você contribui para a inércia dos outros.



Quero te dizer que eu não sinto pena de você. Lendo a Bíblia, livros de Psicologia e de Psicanálise, preciso te informar que a pena conforta quem a sente (pelos motivos já apresentados) e incomoda quem a recebe. Quem recebe o sentimento de “dó ou pena” de alguém se sente cada vez menos sujeito da sua vida. Você o está reduzindo a alguém que só carece de algum sustento, físico ou emocional.



Faça você mesmo uma busca pelos dicionários, leia outras fontes e vai ver que pena é diferente de compaixão. Compaixão é você compreender o estado emocional de alguém e estar ao lado dela. Ajudar só se faz presente a partir da demanda desta pessoa. Não podemos ajudar alguém que não o deseje, assim estaríamos novamente anulando a vontade deste ser e isso não é ajuda!

O quê podemos aprender com um peixe palhaço?

Se você não assistiu aquele desenho infantil “Procurando Nemo”, NÃO continue a ler este texto. Porque vai perder o seu tempo e não vai compreender a mensagem. Sugiro que assista a bela, delicada e educativa animação e depois retorne para a nossa conversa.



Pronto. Esclarecida esta parte, acredito que assim como eu, você não gosta de perder tempo. Logo se optou por este parágrafo está disposto a viajar no oceano do pequeno Nemo.



As animações cinematográficas ficaram mais inteligentes ao longo dos anos. Suplantaram a ideia dos simples contos de fadas, com suas princesas, dragões e cavalos brancos. Agora, os heróis podem ser peixes, tartarugas, velinhos, crianças e até ogros... Isso revelaa uma mudança de perspectiva, que elimina certos estereótipos de perfeição dominantes durante muitos anos no imaginário infantil e em toda nossa cultura ocidental.



Acredito que muitos adultos se emocionaram e ainda se emocionam ao assistir a história do peixinho, que fica órfão de mãe antes de nascer; perde todos os seus irmãos, ainda ovinhos; nasce com uma deficiência em uma das nadadeiras e ainda perde-se do seu pai, na imensidão do mar.



Aparentemente é apenas um desenho, feito com a única função de entreter, ou seja, manter ocupado, distraído com alguma coisa. Contudo, ao desmontarmos nossas pré-concepções, eis que vem a luz: na verdade, Nemo é o herói mais contemporâneo que pode existir. É o herói que cada um nós acredita que pode ser. Mesmo com uma nadadeira maior que a outra, o que para muitos seria o sinal da sua fraqueza e incapacidade, Nemo luta contra a sua própria descrença e viaja por todo o grande mar. Enfrenta a temível “Corrente Marítima”, guiado por tartarugas marinhas.



Outra grande contradição. Pois as tartarugas são o símbolo do vagaroso, porém se utilizam da inteligência para se tornarem mais rápidas e se protegerem de predadores impiedosos. Assim, transformam a adversidade da violenta corrente marítima, em ferramenta para alcançar seus objetivos. E talvez por isso vivam tão longos anos, pois são pacientes e sagazes. Aprenderam a aproveitar cada oportunidade que o grande mar da vida lhes reserva. Dentro de um aquário, o filhote de peixe palhaço, mostra a todos os outros enclausurados o valor da liberdade, quando se tem coragem. Nemo usa suas habilidades, mas principalmente sua coragem. Ele é destemido e até impulsivo, mas para estes momentos ele contava com grandes e fiéis amigos, pois eram eles que o ajudavam a sair das mais incríveis encrencas.



Outra coisa curiosa sobre o Nemo são as escolhas, ou melhor, as escolhas que ele não fez para a sua vida. Falo da sua melhor amiga, a Dory. Nunca vi mais desmemoriada, porém sempre nadando atrás do Nemo e com o seu eterno lema: “Continue a nadar”. Este lema nos inspira até hoje. Aquela sábia peixinha podia se esquecer de muitas coisas, mas ela não deixou que Nemo se desanimasse. Naqueles momentos de maior dificuldade, ela vinha com o seu bom e velho “continue a nadar, nadar, nadar”. E assim são os amigos que não escolhemos, mas que nos adotam... Eles estão ali, mesmo que não seja em todos os momentos. Entretanto, nas maiores adversidades eles vão te inspirar a prosseguir para o seu alvo.



Na sua jornada, chamada também de vida, Nemo tinha um único objetivo - reencontrar seu pai. E isto foi o motor de cada uma de suas ações e decisões. Por quê? Porque, provavelmente, o simples filhote de peixe palhaço quisesse nos ensinar, que para crescer precisamos nadar e enfrentar grandes provações, mas que o nosso porto seguro sempre será a nossa família. E é para lá que sempre retornamos. Tendo lutado e vencido todos os nossos medos e gigantes.





quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ansiedade.

A ansiedade no coração do homem o abate, mas a boa palavra o alegra. Pv12:25

Ansiedade é diferente do medo e é diferente da angústia. O medo se dá diante da possibilidade real de algum risco para o sujeito. A angústia não possui um objeto definido como causa para o mal-estar do indivíduo, ela pode ocorrer por qualquer motivo.
A ansiedade é formada por uma coletânea de sintomas, que a maioria das pessoas já experimentou, porém se caracteriza como uma síndrome do homem contemporâneo.
Acompanha uma sensação de vazio, suores pelo corpo, tremores, pensamentos negativos de que catástrofes podem acontecer, nervosismo, insônia, perda de apetite e etc. Ela se apresenta com a aparência de medo, porém as suas causas não podem ser objetivadas através da realidade.
A Bíblia nos ensina, através de Provébios, que a palavra falada continua sendo um dos aspectos mais importantes relacionados ao cuidado mútuo. Quando tratamos da ansiedade ou de outras síndromes similares, não basta um simples aconselhamento, ou encorajamento, ou aquelas palavras motivacionais, porém com pouco conteúdo edificante. É necessário que se mergulhe um pouco mais profundo para ajudar alguém que esteja passando por essa situação.
Devemos “trazer à memória aquilo que nos dá esperança”, somente isso. Uma vez que cuidamos dos pensamentos que estamos alimentando, desejando continuamente que a nossa mente produza frutos agradáveis, certamente estaremos mais positivos e otimistas diante das lutas, e assim romperemos a barreira da murmuração dando lugar a adoração.
Não é uma tarefa fácil, pois exige domínio próprio. A nossa mente tenta nos levar ao naufrágio e quanto mais vazios ficamos, mais espaços fornecemos para as depressões. Então um alimento genuíno, construído dia após dia, sedimentado e enriquecido, alegra o coração do homem.
O melhor que temos a fazer é descansar o coração, buscar a paz e a nossa alma achará sossego.

Transformados!

Rm 12:2 “ ...mas transformai-vos pela renovação da vossa mente”

Regressando de férias, neste dia que já é o terceiro do novo ano, estou fazendo um balanço desse período que separamos para descansar. É interessante como o tempo agitado que passamos nos moldam a uma rotina, que se torna regra para a nossa vida, e quem sabe até sobrevivência, pois alguns se perdem por completo sem ela.
Receio que por isso, para algumas pessoas viver se torne tão enfadonho. E então queremos fazer novos planos para o novo ano, criar uma nova dieta, economizar um pouco, viajar mais, ficar mais tempo com a família e falar mais com Deus. Penso o que o dia 31 possui de tão diferente dos outros, que nos mobilize a adotar tais comportamentos? Neste dia ficamos próximo do fim, e sempre que a finitude se revela ao homem ele repensa a sua vida.
Todo ano experimentamos uma virada simbólica. Para alguns, de fato há uma reviravolta em suas vidas, para outros, no entanto, é um momento de se deparar com mais um ano em que tudo será igual, em que a falta de vida e de luz ainda reinará. Quando anunciarão o Ano Novo para estes?
Bem, eu não sei. Sei que o Ano Novo nascerá nos corações daqueles que apoiarem a sua confiança nAquele criou o Tempo, que criou a Mudança, nAquele que continua apostando na transformação humana, que é o momento em que o homem deixa de ser animal e se torna Humano, um ser dotado de Amor pelo próximo.
Retomando então a rotina, acredito que ela engana o coração dos homens, pois ela tem aparência de boa, apresenta uma oragnização para a vida, que os deixa aliviados. Entretanto toda vez que nos deixamos ser conduzidos pela rotina, é sinal que estamos trabalhando no automático. Isso significa que estamos deixando coisas importantes passarem desapercebidas e o resultado disso é uma vida que se passou e não foi vivida. Mais uma vez estamos perto da amargura produzida pelo fracasso.
Jesus é o convite para que andemos em novidade de vida, buscando nos aperfeiçoar naquilo que realmente importa: amar a Deus sobre todas as coisas, e ao seu próximo como a si mesmo.
Desse modo, melhor do que levantar nesse novo ano e pensar em quanto dinheiro precisará ganhar; nas horas em claro que passará remoendo suas dores, entregue sua vida a Jesus Cristo e Ele transformará sua mente, sua vida e renovará as suas esperanças.
Ele te ama!
Feliz Ano Novo!