segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Responsabilidade

Bom, eu já tenho meus 23 anos e isso me torna apta física e psicologicamente para muitas coisas.
Pensando nisso, venho considerando o fato de ser mãe. Provavelmente deve ser uma sensação surreal, ter uma parte de você e a outra da pessoa que mais ama reunidas na sua criança. Maravilhoso!
Porém, ontem fui tomada de assombro, pavor e impotência quando diante de um acidente. Esse acontecimento acendeu uma luz em minha mente e ela piscava dizendo "responsabilidade". Durante um simples piscar de olhos tudo muda e não é a toa que dizem por aí "que é durante situações adversas, que a gente mais cresce". Quem disse isso estava coberto de sabedoria e isso tornou-se uma verdade em minha vida.
Enquanto brincávamos na piscina, ontem, afinal estamos em pleno Carnaval de 2010, uma das minhas irmãs acidentou-se e levou um corte na cabeça. Foi péssimo sentir que estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe ao ponto de não poder evitar que a queda ocorresse. Segurei sua cabeça, tentando acalmá-la, e mesmo querendo entrar em pânico, naquela hora eu sabia que seria melhor para ela que eu parecesse calma. Por dentro ocorria um misto de emoções, mas era necessário manter tranquilidade e sangue frio.
Eu mandava que ela respirasse, quando nem eu mesma tinha certeza se eu o estava fazendo. Pedia para não se apavorar, enquanto eu estava apavorada. Um medo que experimentei pela primeira vez.
De fato, não tememos muito por nós, mas quando somos responsáveis por alguém, tememos por sua segurança, conforto e bem-estar. É incrível como nossa mente é rápida e calcula tudo nos mínimos detalhes e com tamanha precisão.
Antes eu teria chorado, chamaria meus pais para resolver os problemas, mas se alguém teria que estar ao lado dela, essa pessoa era eu. Então, mesmo confusa, pois não sabia o que era meu e o que era dela, segurei em suas mãos e estranhamente senti o peso da responsabilidade sobre minhas costas.
O tempo todo fico me questionando se não estou agindo como os pais agiriam. Inconscientemente eu havia mudado. Meu foco saiu do cuidado de amigo - irmão e passou a um cuidado paternal. Acho que eu não queria ter mudado, mas se aconteceu, com certeza foi porque eu cresci diante daquilo.
Agora, tudo está bem e a sensação de impotência se foi, porém isso me fez refletir sobre meus planos futuros. Não basta pensar que se está pronta para uma escolha tão importante como ser mãe, haverá sempre imprevistos e eles nos cobrarão posturas fortes e decididas.

2 comentários:

  1. Fico feliz em estar colaborando para seu crescimento. Afinal, se não fosse pelo meu empurraozinho, nada disso teria acontecido. Todos acabamos crescendo um pouco devido ao trajico acontecimento. Percebi que sou muito mais calmo do que pareço.Rss.. Bem, aprendi que brincadeiras na piscina nem sempre acabam bem. Carnaval com vc foi bao tamém! Felicidades!

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  2. Não sei bem o que dizer para você, mas um eu te amo, vale a pena. Sei que foi injusto da minha parte ter feito você sofrer,mas se eu pudesse, não teria caído, mas fico menos culpada em saber que você pôde crescer com este fato.
    Te amo, anyway.
    beijos! Kaká

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