terça-feira, 27 de abril de 2010

Respirar.

Meu peito está comprimido... é como se houvesse um peso de 100 kg sobre ele. E às vezes tonta, outras atordoada falta-me o bem mais vital ao homem: o ar. Eu me esforço para inspirar e então sinto a dor. Qualquer movimento custa minutos sentada, tentando recuperar o fôlego perdido. Em alguns momentos, penso que vou chorar, porém fecho meus olhos e lembro que antes de chorar eu deveria, simplesmente, respirar.
Eu sou um com meu corpo e minha mente, então o prejuízo de um provoca uma avalanche de sensações no outro. E, pensando nisso, eu acredito que muitas vezes vivemos assim. Não como eu estou nestes dias, com uma horrível crise de bronquite, mas vivendo na sensação de sufocamento.
Chega uma hora na vida, que todo homem vai parar e refletir sua existência. Outros, vivem todos os dias uma angústia existencial, e seja no primeiro ou no segundo caso, todos sentirão esse peso no peito, e pior faltar-lhes-á o ar.
Muitos de nós prefere viver na anomia, apenas executando tarefas no automático. Desistiram de ser criativos, construtores de projetos, edificadores da sua existência. Eu não sei quando foi que muitos desistiram, mas provavelmente foi diante de uma barreira que os custaria muito esforço para transpor, ou porque tornou-se mais fácil não resignificar a existência todos os dias.
Agora, muitos lamentam as tonturas, choram pela dor de não conseguir inspirar e expirar. Choram porque não se sentem livres. Porque o peito está tão pesado de ressentimentos, de frustrações e derrotas, que respirar fica cada vez mais impossível.
Todo mundo sabe qual é o passo seguinte após a parada respiratória. Mas eu antecipo este estágio e digo que já morreram aqueles que desistiram de lutar.
Estão mortos aqueles que desistiram de amar. Estão mortos aqueles que deixaram de falar "eu te amo", ou "você está errado" com alguém. Estão mortos aqueles que desistiram dos outros e de si mesmos. E mesmo que na matéria estejam vivos, já vivenciam a morte.
Quando eu me deito é um momento maravilhoso. O ar fica tão perto e respirável. É nessa hora que eu recarrego minhas forças para lutar pelo dia de hoje. Sei que hoje "o leão vai jejuar", porque eu não vou desistir, não vou recuar. Vou viver, vencer e respirar. Vá à luta também!

2 comentários:

  1. Nuuuuusssssssssssssss...
    doido d +...
    aq cm fazer para que estes mortos voltem a vida???
    ou esta morte é uma morte definitiva, onde a pessoa vai viver para sempre como um automato???
    eu as vezes sinto este peso que você falou, embora que ultimamente venho simplismente ignorando-o, será q estou morrendo por dentro???
    valeu pelo pensamento... muito tempo que não paro para refletir seriamente...
    continue pensando e escrevendo, para que algumas pessoas possam voltar a respirar mesmo que seja de forma asmatica...

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  2. Não creio que seja definitivo, a menos que o sujeito nunca desperte para a vida. No caso dessa minha reflexão, eu creio que os mortos voltam a vida quando voltam a pensar, quando não se conformam com este mundo, quando não se entregam a esse ciclo de consumo, anomia, falta de intensidade naquilo que faz. Sim, continue pensando, com certeza não está morto!

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