quarta-feira, 6 de abril de 2011

O quê podemos aprender com um peixe palhaço?

Se você não assistiu aquele desenho infantil “Procurando Nemo”, NÃO continue a ler este texto. Porque vai perder o seu tempo e não vai compreender a mensagem. Sugiro que assista a bela, delicada e educativa animação e depois retorne para a nossa conversa.



Pronto. Esclarecida esta parte, acredito que assim como eu, você não gosta de perder tempo. Logo se optou por este parágrafo está disposto a viajar no oceano do pequeno Nemo.



As animações cinematográficas ficaram mais inteligentes ao longo dos anos. Suplantaram a ideia dos simples contos de fadas, com suas princesas, dragões e cavalos brancos. Agora, os heróis podem ser peixes, tartarugas, velinhos, crianças e até ogros... Isso revelaa uma mudança de perspectiva, que elimina certos estereótipos de perfeição dominantes durante muitos anos no imaginário infantil e em toda nossa cultura ocidental.



Acredito que muitos adultos se emocionaram e ainda se emocionam ao assistir a história do peixinho, que fica órfão de mãe antes de nascer; perde todos os seus irmãos, ainda ovinhos; nasce com uma deficiência em uma das nadadeiras e ainda perde-se do seu pai, na imensidão do mar.



Aparentemente é apenas um desenho, feito com a única função de entreter, ou seja, manter ocupado, distraído com alguma coisa. Contudo, ao desmontarmos nossas pré-concepções, eis que vem a luz: na verdade, Nemo é o herói mais contemporâneo que pode existir. É o herói que cada um nós acredita que pode ser. Mesmo com uma nadadeira maior que a outra, o que para muitos seria o sinal da sua fraqueza e incapacidade, Nemo luta contra a sua própria descrença e viaja por todo o grande mar. Enfrenta a temível “Corrente Marítima”, guiado por tartarugas marinhas.



Outra grande contradição. Pois as tartarugas são o símbolo do vagaroso, porém se utilizam da inteligência para se tornarem mais rápidas e se protegerem de predadores impiedosos. Assim, transformam a adversidade da violenta corrente marítima, em ferramenta para alcançar seus objetivos. E talvez por isso vivam tão longos anos, pois são pacientes e sagazes. Aprenderam a aproveitar cada oportunidade que o grande mar da vida lhes reserva. Dentro de um aquário, o filhote de peixe palhaço, mostra a todos os outros enclausurados o valor da liberdade, quando se tem coragem. Nemo usa suas habilidades, mas principalmente sua coragem. Ele é destemido e até impulsivo, mas para estes momentos ele contava com grandes e fiéis amigos, pois eram eles que o ajudavam a sair das mais incríveis encrencas.



Outra coisa curiosa sobre o Nemo são as escolhas, ou melhor, as escolhas que ele não fez para a sua vida. Falo da sua melhor amiga, a Dory. Nunca vi mais desmemoriada, porém sempre nadando atrás do Nemo e com o seu eterno lema: “Continue a nadar”. Este lema nos inspira até hoje. Aquela sábia peixinha podia se esquecer de muitas coisas, mas ela não deixou que Nemo se desanimasse. Naqueles momentos de maior dificuldade, ela vinha com o seu bom e velho “continue a nadar, nadar, nadar”. E assim são os amigos que não escolhemos, mas que nos adotam... Eles estão ali, mesmo que não seja em todos os momentos. Entretanto, nas maiores adversidades eles vão te inspirar a prosseguir para o seu alvo.



Na sua jornada, chamada também de vida, Nemo tinha um único objetivo - reencontrar seu pai. E isto foi o motor de cada uma de suas ações e decisões. Por quê? Porque, provavelmente, o simples filhote de peixe palhaço quisesse nos ensinar, que para crescer precisamos nadar e enfrentar grandes provações, mas que o nosso porto seguro sempre será a nossa família. E é para lá que sempre retornamos. Tendo lutado e vencido todos os nossos medos e gigantes.





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